quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

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Até que enfim o carnaval acabara. Não restava nada em mim, além de choros, mágoas e medo. Sim, medo do futuro. De quem eu era. De quem eu me tornei, ou tornaria. Medo das minhas aspirações, medo do vazio que sempre tomava conta de mim. Ultimamente estava vivendo em função do nada, este mesmo nada que nunca conseguia preencher esse imenso buraco que só tendia a crescer dentro de mim. Eu nunca fui uma pessoa forte, qualquer tempestade conseguia me derrubar, mais dessa vez estava sendo pior.
Na segunda eu viajei pra uma cidade, bem pequena, na verdade um vilarejo. No alto das montanhas, um lugar pra fazer trilhas, ficar em contato com a natureza, e enfrentar 12 graus em pleno verão ( eu precisava MESMO disso pra ter certeza de que atolar meu pé em um lamaçal e ser picada por 18 diferentes tipos de insetos não era o carnaval dos meus sonhos e que eu gostava mesmo era da cidade e da minha cama limpinha sem contato com a fauna e a flora, ou entao, eu queria mesmo me manter isolada de qualquer companhia que pudesse me deixar ainda mais pra baixo).
Eu pensava muito. Minha cabeça ferve de tanto pensamento, que acabam sendo somente pensamentos, MEUS pensamentos contidos. Quando tenho que necessariamente falar algo, eu me calo. Como uma covarde. Eu não falo nada. E assim a vida vai passando.
Com medo de magoar os outros, eu acabo me machucando 30 vezes mais.
E dai ? Quem ligaria pra isso ? Eu mesmo não ligava.

"Eu começava a ficar irritada comigo mesma.Podia muito bem ter ficado empacotada no último semestre.'

Ouvindo - Decode/Paramore.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Dia (segundo).

Acordei, com um pouco de dor de cabeça claro. Ter dores de cabeça já não era mais uma novidade, elas me perseguiam por mais ou menos '40' dias por mês, e eu , ja tinha até me acostumado. Ontem a noite o vazio me deixara um pouco de lado.Embora a tristeza de um carnaval em casa, vendo televisão, não desapareça, tinha uma coisa que me deixara feliz.Era o meu anjo. Ele sempre aparecia da forma mais encantadora possivel. Com sua voz doce,seu rosto milimetricamente perfeito e com suas palavras que me faziam corar de felicidade.Acho que ele sempre sabe quando eu não estou bem.E definitivamente, por mais alguns dias , eu não vou estar.Quero ir pro sítio, quero pensar na vida. Quero ficar sem fazer nada, simplesmente deitada na grama, olhando para a lua. Sem computador, sem televisão, passando o tempo, sem ter que imaginar que eu tenho 21 anos e estou mais parecida com quem tenha 67.
Eu odeio acordar cedo, enquando milhoes de pessoas estão dormindo, eu estou aqui. Tentando controlar minha ansiedade por alguma coisa e fico rolando pela cama, sem saber o que fazer, contando pra que o sono volte e eu fique no minimo dormindo até depois da hora do almoço, assim o dia se tornaria mais agradável. Mas não, eu não consigo, porque ele, o dia, insiste em me torturar desde a primeira hora, quando o sol ainda está nascendo.
"Continuo a pensar que quando tudo parece sem saída, sempre se pode cantar. Por essa razão escrevo." Caio F.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Dia (primeiro).

Acordei como qquer outro dia, sem expectativas do que ia viver. Ainda era cedo, e embora eu nao fosse a faculdade hoje, não sentia necessidade de dormir mais. Levantei da cama rapidamente, como se meu corpo não aguentasse mais ficar parado, e sem fome nenhuma abri a geladeira a procura de algo que eu mesma sabia que não ia encontrar. Era véspera de carnaval, e eu não estava nem um pouco animada com o que estava por vir. Sem lugar pra ir, acabaria por continuar no tédio, aqui mesmo, na minha pequena cidade do interior. Esses pensamentos me fecharam a garganta e fechei a geladeira, não estava mesmo disposta a comer. Fui para o quarto, a procura de algo que poderia fazer de proveitoso. Lembrei-me que tinha que sair de casa, na verdade era tudo que eu menos queria.Meus cabelos estavam sem cuidados, e ontem por um momento repentino decidi cuidar um pouco de mim. Estava deixando a vida me levar a um bom tempo e as vezes, tinha surtos de que eu deveria mesmo é viver a vida e não simplesmente deixar ela passar. Enquanto o tempo passava. Segui para o salão lendo o meu livro predileto, que ultimamente era a parte mais gostosa do meu dia. Lua Nova, continuação do Crepúsculo, eu estava irremediavelmente apaixonada pelo personagem principal, Edward, o vampiro mais incrívelmente perfeito do que qquer ser que pudesse existir. E do mesmo jeito que segui para o salão, me mantive assim, lendo o meu preferido. A volta para casa não ficou tão diferente, andava pela rua como se o nada existisse. Não enxergava carros, nem pessoas, não ouvia buzinas nem outro tipo de barulho. Estava afogada em meus pensamentos. A minha cabeça não parava de borbulhar. Peguei o primeiro ônibus. Sem sequer ler o destino. Sabia que uma hora ou outra ele ia parar onde eu precisava descer. No centro. Desci, não tão indiferente como antes, após um sorrisinho torto para o motorista, como agradecimento. Subi lentamente para a minha casa, havia 6 horas que tinha acordado, e embora meu estômago pedisse por algo que o socorresse, eu não estava com a minima fome.
Entrei em casa silenciosa, peguei um dos bombons que estavam à mostra na cozinha. E me sentei aqui, em frente ao computador. Foi hoje,depois de tantos pensamentos confusos, que decidi fazer um Blog.